A ansiedade é uma emoção natural, necessária e que cumpre sua função que é de defesa ou fuga diante de situações onde nos sentimos ameaçados. Por isso, nosso cérebro dispara em nosso corpo substâncias que nos habilitam a previamente criar mecanismos de defesa diante de tais circunstâncias.

Quando a ansiedade está presente de maneira desproporcional, estas substâncias se tornam nocivas ao nosso corpo provocando tensões e mal estar.  Estamos vivendo algo antes nunca vivido na nossa geração, não na proporção em que se apresenta, e sentir ansiedade, que nada mais é que a antecipação dos fatos futuros, é esperado. Isso reflete uma insegurança e um medo de algo que desconhecemos.

O avanço tecnológico nos traz benefícios uma vez que nos possibilita neste momento, a manter contato com parentes e amigos, continuar nossa formação acadêmica à distância, fazer novos cursos, entre outras coisas. Mas também leva informações de uma maneira tão rápida que nos causa um impacto ainda maior à medida que nos dá uma sensação de mais proximidade do perigo.

Desta forma, devemos proteger a nossa saúde mental e a saúde mental de nossas crianças, e para isso separei algumas dicas importantes:

• Procure manter uma rotina diária, mas seja flexível. Durma horas adequadas de sono e tenha boa alimentação. Mantenha sua mente ocupada com coisas produtivas que você goste de fazer ou precisa realizar. Inclua nesta rotina tempo de qualidade com as crianças e auxílio nas tarefas escolares. Ajude-os também a buscarem atividades que gostem aproveitando o tempo para desenvolverem novas habilidades. Limite o tempo de exposição a eletrônicos, não deixe que isso seja sua principal distração.

• Se possível façam algum exercício físico e alguma atividade de relaxamento. Quando estiver muito ansioso, sente-se confortavelmente, inspire e expire por três vezes bem devagar, prestando atenção na sua respiração, isso ajuda a acalmar. Pense todos os dias em coisas pelas quais você é grato e ensine também seu filho a encontrar motivos para agradecer.

• Mantenha-se atualizado, mas tome cuidado com o bombardeio de informações. Procure sempre fontes confiáveis e escolha um período do dia para ler ou ouvir noticiários, evite fazer isto logo ao acordar, ou antes, de dormir. Responda com sinceridade as curiosidades das crianças, ponderando sempre o que lhes é necessário saber e ouvindo com atenção suas inquietações. Cuide com conversas adultas ou com informações que a criança não consiga compreender, pois isso pode as deixar angustiadas.

• Desenvolva a Educação Emocional, este é um momento importante para conversar sobre as emoções em família e ensinar seus filhos a nomeá-las e expressá-las de maneira assertiva. Tenha paciência e não julgue as expressões de emoção negativa, ajude-as a entendê-las. Questione-se e converse com seus filhos sobre pensamentos de medo, preocupação e antecipação. Lembre-se de eventos onde ficaram muito ansiosos e preocupados e depois tudo deu certo. Procurem manter sempre o otimismo e lembrar que logo tudo irá passar.

• Pratique e ensine a empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro, não negligenciando os cuidados e orientações corretas de higiene e afastamento social, a fim de nos protegermos e protegermos os demais coletivamente. Todos nós somos responsáveis por fazer a nossa parte.

• Preste atenção em si mesmo e em seus filhos caso apresente sintomas físicos e emocionais que possam ser patológicos, tais como: tristeza na maior parte do tempo, pensamentos catastróficos e de desesperança que sejam difíceis de serem controlados, dificuldade para relaxar, crises de ansiedade, irritabilidade, dificuldade para dormir ou sono excessivo, falta ou excesso de apetite, dificuldade para se concentrar, entre outros. Perceba também se as crianças estiverem chorosas, irritadas e se não sentirem vontade de brincar ou fazer algo que gostem.

• Ao perceber qualquer sinal de sofrimento busque ajuda profissional. Para quem já faz algum tipo de acompanhamento é importante conversar com o profissional, ou profissionais que lhes atendem ou atendem seus filhos. Eles irão lhe orientar as formas possíveis de dar sequência ao tratamento.

• Segue abaixo links como sugestão para lhes ajudar a conversar com seus filhos sobre suas emoções e anexo algumas emoções para você imprimir, pintar e conversar em família sobre o que estão sentindo.

• Alguns episódios da série sentimentos e emoções:

Episódio Alegria

https://www.youtube.com/watch?v=XhU8ebdEub4&list=PL6YnW7obbfhRQR81MIm6QfgxZW4T3QVPI&index=4

Episódio Tristeza

https://www.youtube.com/watch?v=M7wqlF3YM_g&list=PL6YnW7obbfhRQR81MIm6QfgxZW4T3QVPI&index=5

Episódio Raiva

https://www.youtube.com/watch?v=YJMFJMv74JQ&list=PL6YnW7obbfhRQR81MIm6QfgxZW4T3QVPI&index=3

Episódio Medo https://www.youtube.com/watch?v=SF1vsTdKZNw&list=PL6YnW7obbfhRQR81MIm6QfgxZW4T3QVPI&index=14

Episódio Saudade

https://www.youtube.com/watch?v=NM1LT4CZpJs&list=PL6YnW7obbfhRQR81MIm6QfgxZW4T3QVPI&index=15

Gisele Thomé Oliveira

Psicóloga Educacional CRP 12.08357